Projetos 2023

A Superquadra 312 norte Um Patrimônio Cultural Imaterial do DF

O Projeto de patrimonialização da Superquadra 312 norte visa registrá-la como Bem Cultural Imaterial do Distrito Federal. Esse instrumento é aplicado àqueles bens que obedecem às categorias estabelecidas pelo Decreto nº 3.551, de 4 de agosto de 2000, como: celebrações, lugares, formas de expressão e saberes. São práticas culturais que representam as expressões, os lugares de memória, os conhecimentos e técnicas que os diversos grupos sociais reconhecem como parte integrante do seu patrimônio cultural.

Patrimonialização é uma ação que tem como finalidade fomentar o desenvolvimento por meio da valorização, revitalização de uma determinada cultura e do seu patrimônio cultural (Silva, 2011). Ao registrar um bem como Patrimônio Cultural Imaterial, pretende-se identificar, documentar, investigar, preservar, proteger, promover, valorizar e revitalizar o patrimônio em seus diferentes aspectos.

Essa tendência de proteger o Patrimônio Cultural Imaterial é mundial, tanto que a Unesco em Paris, na sua 32ª sessão de 2003, promulgou a convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial, que foi ratificada pelo Brasil por meio do Decreto nº 5.753 de 2006. Neste documento fica estabelecido que cada país signatário do acordo, deverá promover ações para reconhecimento e salvaguarda dos bens imateriais de seu território.
Diante desse cenário, pretende-se salvaguardar e valorizar a história e a cultura que envolvem a quadra 312 norte, que desde 1966 vem fazendo o papel de manter a cultura brasiliense viva, como uma usina cultural que transpira movimentos culturais e artísticos.

Quase 60 anos de histórias

Inaugurada há quase 60 anos, a Superquadra 312 norte foi a primeira quadra do Plano Piloto a ser ocupada na Capital Federal, uma das áreas mais populosas de Brasília. Naquela época os moradores dos 11 blocos vieram de diversas localidades do Brasil. Cada um carregando suas bagagens culturais próprias que eram compartilhadas entre si, em conversas e encontros comunitários que ocorriam em baixo dos prédios, os chamados pilotis. Com o tempo, o movimento foi crescendo e se expandindo para expressões artísticas, atos festivos e práticas sociais constantes, que tornaram a quadra referência para os diversos movimentos culturais que passaram a existir no DF.

Essas manifestações artísticas e culturais foram realizadas por toda a comunidade residente do local e comerciantes ativistas, como o Luiz Amorim, dono do Açougue Cultural T-bone que produziu eventos que ampliaram o público e as apresentações artísticas, levando milhares de pessoas a vivenciarem a cultura viva da quadra, tornando a superquadra um Patrimônio Cultural Imaterial.